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sábado, 5 de abril de 2008

A troca

Um certo mês...

Valéria: Ronaldo! Me diz, o que é isso?
Ronaldo: O que foi, amor?
Valéria: Não vem com “o que foi, meu amor?”. Responde agora: o que é isso?
Ronaldo: Isso o que?
Valéria: Isso! Virou cego agora, é?
Ronaldo: Não amor, não! Mas isso... isso não é teu?
Valéria: Olha bem pra minha cara, criatura. Tu acha que eu sou guria de usar esse tipo de coisa? De quem é essa merda? Diz, de quem é?
Ronaldo: Calma, amor. Não é nada disso do que tu ta pensando...
Valéria: Não? Não? Isso não é meu, e espero, também, não ser teu.
Ronaldo: Calma, amor. Eu posso explicar.

Um mês depois...

Valéria: RO-NAL-DO!
Ronaldo: O que foi VA-LÉ-RI-AAAAA?
Valéria: Pára de gracinha, seu cretino.
Ronaldo: Ei, ei, ei, pra quê tanta violência?
Valéria: Porque tu fez isso de novo?
Ronaldo: Isso o que?
Valéria: Isso, aqui.
Ronaldo: Ah...
Valéria: Assim não dá, não dá. Uma vez até vai, mas tu me prometeu que tinha sido só aquela vez.
Ronaldo: E tinha sido...
Valéria: Desde quando?
Ronaldo: Desde que o teu irmão me apresentou à ela.
Valéria: E pelo visto tu gostou, né?
Ronaldo: Ta, amor, eu gostei, mas eu te prometo que foi só dessa vez de novo...
Valéria: Aham, sei.
Ronaldo: É amor, eu te juro. Nunca mais faço isso.

Outro mês depois...

Valéria: Agora chega, seu filho da mãe!
Ronaldo: Ah, não me bate. O que foi?
Valéria: Tu tinha me dito que não ia repetir e agora é a terceira vez.
Ronaldo: Do quê tu ta falando? Ta cheirada?
Valéria: Não, não to. Mas ta aqui a prova de que tu não ta me respeitando.
Ronaldo: Calma, amor, eu posso explicar
Valéria: Não, não quero mais explicação. Quero que tu me saia já dessa casa.
Ronaldo: Mas por quê?
Valéria: Porque tu me prometeu três vezes que ia parar de fazer isso, e eu sempre acreditei.
Ronaldo: Mas...
Valéria: Nada de “mas”. Três vezes, Ronaldo. Agora, diga-me, porque fez isso?
Ronaldo: Ta bom, eu explico.

No quarto, em cima da cama, aos prantos:

Ronaldo: Tudo começou há três meses e meio. Eu saí com o teu irmão naquele jogo de futebol, lembra? E ele encontrou mais uns quatro amigos, que estavam com umas quatro amigas em volta e ela.

Juro que eu não queria, mas teu irmão insistiu dizendo “vai, cara, ela não vai ficar sabendo”. Eu dizia: “mas eu não quero”, e ele insistia dizendo que tu não ia ficar sabendo. Sempre com aqueles papos de “tem que ser come-quieto: fazer as coisas e não contar pra ninguém. Esse é o segredo”. E foi aí que tudo começou.

Ele me deu uma nota de dez reais, enrolou como se fizesse um tubinho. Fez uma linha com aquele pó branco e eu puxei tudo com o nariz. Juro que não queria, mas aquele filho-da-puta do teu irmão – desculpa, eu adoro a tua mãe, tu sabe disso – insistiu tanto que eu acabei indo na dele.

Sabe que te amo, mas eu não posso ficar contigo. Não tive coragem de terminar contigo sem algum pretexto. Então, essa prova que encontrou na minha calça fui eu quem coloquei. Não quero ficar contigo enquanto eu estiver viciado nessa merda. Não é correto contigo e to fazendo isso porque te amo. Não vou pedir, também, pra tu me aguardar, porque não sei quanto tempo vou resistir longe dela, mas como sei que perguntaria “ou eu ou ela”, sinto te dizer: eu prefiro ficar com ela.

6 comentários:

Vinícius Ghise disse...

se - fu - deu .

Anônimo disse...

Pois é, o cara não teve sorte.
:P

Piero Barcellos disse...

Trocar a mulher por um punhado de pó? Tem mais é que perecer no inferno!

Izze. disse...

Bien... ele prefiriu poupar a moça de ter que cuidar dele depois que tiver no fundo do poço.. Vai se phoder sozinho... em vários sentidos. xD

Mar e Ana disse...

eeeita porra!!! O.o

coitado =p


:*

Alessandra Castro disse...

Q coisa terrivel...Tomara q ele consiga uma segunda chance.