Papo de boteco: amigos e amigas
Antes, é necessário situar-te. Verônica, Marcelo e Flávia são três amigos de longa data. A idade de cada um deles corresponde à apresentação já feita, sendo Verônica a menos nova, Marcelo o do meio, e Flávia a mais nova, sendo que a diferença entre a primeira e a última não ultrapassa cinco anos.
Conheceram-se em uma das cadeiras – em alguns outros lugares são chamadas de “disciplinas” – do curso que fazem na universidade que freqüentam - não importando nem uma coisa nem outra à ti, criaturinha que lê este distinto e pervertido blog. Todos os dias em que tinham aulas juntos, ou seja, uma vez por semana, aproveitavam a segunda parte para mata-la – a aula – e ir no boteco em frente à instituição beber.
E, como deves saber, é no boteco que surgem as melhores discussões, como a que acompanharás a seguir.
Flávia: Ô Marcelo, o que aconteceu contigo?
Marcelo: Nada não.
Verônica: Pára com isso. Tu não nos engana.
Marcelo: Quem disse que não?
Verônica: Ta, até engana, mas não sempre. Com toda a certeza, alguma coisa aconteceu contigo.
Flávia: É, Marcelo, pode afogar as mágoas conosco.
Marcelo: Com vocês eu prefiro afogar o ganso...
Flávia: Ta,mas, tipo, agora tu tem que afogar as mágoas.
Marcelo: Ta bom. É o seguinte...
Verônica: Fala!
Marcelo: Se tu deixar.
Verônica: Eu to deixando.
Marcelo: Não parece.
Flávia: Ta, parem com isso.
Marcelo: Ok. É o seguinte, acho que perdi uma amizade.
Flávia: Ué? Por que?
Marcelo: Por que a guria não quis ficar comigo.
Verônica: Vaca! E por que?
Marcelo: Disse que era porque somos amigos.
Verônica: E o que fizeste?
Marcelo: Disse pra ela que não agüentava nem mais olhar pra cara dela.
Flávia: Mas por que isso, meu Deus?
Marcelo: Obrigado pelo elogio, mas não sou teu. E falei isso porque, se ela não queria ficar comigo por ser amigo, provavelmente quereria se eu fosse inimigo.
Flávia: E daonde tirou essa tese, gênio?
Verônica: Da lâmpada é que não foi...
Marcelo: Ah, juntei as duas coisas.
Flávia: Mas tu é burro, porra.
Marcelo: Sou não. Burra é ela, que gosta de ficar com desconhecidos.
Verônica: Concordo. Isso é desculpa esfarrapada.
Marcelo: também acho isso. O que de mais pode acontecer em ficar com um amigo?
Flávia: Isso que aconteceu? Perder uma amizade?
Verônica: Foi ela quem pediu isso.
Flávia: Foi não.
Marcelo: Claro que foi. Era só ter dito que não queria ficar comigo, e não dizer que não queria por eu ser amigo dela.
Flávia: Tem que ver que...
Marcelo: que ela é uma abobada. Pôxa, eu conheço ela, sei do que ela gosta e como trata-la. O que mais ela quer? Um cachorro?
Verônica: Provavelmente.
Flávia: Claro que quer. De que adianta ter tu, se é dos cachorros que gostamos?
Marcelo: Por quê?
Verônica: Porque adoramos mostrar para as outras que conseguimos domesticar um.
Flávia: Isso mesmo.
Marcelo: E vocês conseguiram fazer isso?
Ambas: Não.
Marcelo: Ta vendo? Se é pra ter insucesso, pra que não arriscar ficar com amigos? Poxa, vocês mal conhecem o cara e já dizem que ele é amigo só pra não ficar com o cara.
Ambas: Não é bem assim
Marcelo: É sim. Com quantos amigos vocês ficaram? Nenhum, né? E, poxa, só porque eles tratam vocês bem? Será que nós, amigos, não podemos ter algo mais com vocês? É um saco parecer um padre, que só ouve confissões femininas sendo que, na verdade, a gente quer é pôr vocês no colo...
Verônica: E trepar?
Marcelo: Também, mas botar no colo e encher de carinho, de mostrar que não precisam se preocupar com ciúmes, nem nada, porque não faremos nada que vá magoar vocês.
Verônica: Ah, que fofo.
Flávia: Que brega, isso sim.
Marcelo: É o que todas dizem, mas, porra, precisa só ficar no fofo? E, Flávia, sem comentários.
Verônica: Claro que não.
Marcelo: O que eu faço?
Flávia: Da próxima vez, não pergunta.
Marcelo: Dou um beijo na lata?
Flávia: Na lata não, na boca dela.
Marcelo: Ta, mas e se ela terminar a amizade comigo?
Flávia: Pelo menos tu vai ter beijado antes, mané.
Conheceram-se em uma das cadeiras – em alguns outros lugares são chamadas de “disciplinas” – do curso que fazem na universidade que freqüentam - não importando nem uma coisa nem outra à ti, criaturinha que lê este distinto e pervertido blog. Todos os dias em que tinham aulas juntos, ou seja, uma vez por semana, aproveitavam a segunda parte para mata-la – a aula – e ir no boteco em frente à instituição beber.
E, como deves saber, é no boteco que surgem as melhores discussões, como a que acompanharás a seguir.
Flávia: Ô Marcelo, o que aconteceu contigo?
Marcelo: Nada não.
Verônica: Pára com isso. Tu não nos engana.
Marcelo: Quem disse que não?
Verônica: Ta, até engana, mas não sempre. Com toda a certeza, alguma coisa aconteceu contigo.
Flávia: É, Marcelo, pode afogar as mágoas conosco.
Marcelo: Com vocês eu prefiro afogar o ganso...
Flávia: Ta,mas, tipo, agora tu tem que afogar as mágoas.
Marcelo: Ta bom. É o seguinte...
Verônica: Fala!
Marcelo: Se tu deixar.
Verônica: Eu to deixando.
Marcelo: Não parece.
Flávia: Ta, parem com isso.
Marcelo: Ok. É o seguinte, acho que perdi uma amizade.
Flávia: Ué? Por que?
Marcelo: Por que a guria não quis ficar comigo.
Verônica: Vaca! E por que?
Marcelo: Disse que era porque somos amigos.
Verônica: E o que fizeste?
Marcelo: Disse pra ela que não agüentava nem mais olhar pra cara dela.
Flávia: Mas por que isso, meu Deus?
Marcelo: Obrigado pelo elogio, mas não sou teu. E falei isso porque, se ela não queria ficar comigo por ser amigo, provavelmente quereria se eu fosse inimigo.
Flávia: E daonde tirou essa tese, gênio?
Verônica: Da lâmpada é que não foi...
Marcelo: Ah, juntei as duas coisas.
Flávia: Mas tu é burro, porra.
Marcelo: Sou não. Burra é ela, que gosta de ficar com desconhecidos.
Verônica: Concordo. Isso é desculpa esfarrapada.
Marcelo: também acho isso. O que de mais pode acontecer em ficar com um amigo?
Flávia: Isso que aconteceu? Perder uma amizade?
Verônica: Foi ela quem pediu isso.
Flávia: Foi não.
Marcelo: Claro que foi. Era só ter dito que não queria ficar comigo, e não dizer que não queria por eu ser amigo dela.
Flávia: Tem que ver que...
Marcelo: que ela é uma abobada. Pôxa, eu conheço ela, sei do que ela gosta e como trata-la. O que mais ela quer? Um cachorro?
Verônica: Provavelmente.
Flávia: Claro que quer. De que adianta ter tu, se é dos cachorros que gostamos?
Marcelo: Por quê?
Verônica: Porque adoramos mostrar para as outras que conseguimos domesticar um.
Flávia: Isso mesmo.
Marcelo: E vocês conseguiram fazer isso?
Ambas: Não.
Marcelo: Ta vendo? Se é pra ter insucesso, pra que não arriscar ficar com amigos? Poxa, vocês mal conhecem o cara e já dizem que ele é amigo só pra não ficar com o cara.
Ambas: Não é bem assim
Marcelo: É sim. Com quantos amigos vocês ficaram? Nenhum, né? E, poxa, só porque eles tratam vocês bem? Será que nós, amigos, não podemos ter algo mais com vocês? É um saco parecer um padre, que só ouve confissões femininas sendo que, na verdade, a gente quer é pôr vocês no colo...
Verônica: E trepar?
Marcelo: Também, mas botar no colo e encher de carinho, de mostrar que não precisam se preocupar com ciúmes, nem nada, porque não faremos nada que vá magoar vocês.
Verônica: Ah, que fofo.
Flávia: Que brega, isso sim.
Marcelo: É o que todas dizem, mas, porra, precisa só ficar no fofo? E, Flávia, sem comentários.
Verônica: Claro que não.
Marcelo: O que eu faço?
Flávia: Da próxima vez, não pergunta.
Marcelo: Dou um beijo na lata?
Flávia: Na lata não, na boca dela.
Marcelo: Ta, mas e se ela terminar a amizade comigo?
Flávia: Pelo menos tu vai ter beijado antes, mané.
12 comentários:
=]
Olha, ele tem razão.
E eu sou o tipo que não gosta de cachorros e não vê problema nenhum em ficar com amigos, pela simples razão de que estar com gente conhecida é mto menos complicado e de qquer forma, a gente sempre tem muito mais pra conhecer :D
e o final foi ótimo, adorei a solução dela hahaha
:*
"... Verônica: Porque adoramos mostrar para as outras que conseguimos domesticar um..."
Amei essa tese (apesar de não concordar pq odeio homem cachorro)...
gargalhei quando li isso... "domesticar" foi ótimo!!!
Já, já ouvi sim... mas, foi tão expontâneo!!!
é, dá um beijo na lata.
askljdlaksdj :P
Aahhaha, muito,muito bom. O conto é ótimo, as teses também. Mas acho difícil não perder uma amizade depois de ter ficado com uma amiga. Eu não ficaria, ou casaria, e aí tudo bem, mas e se desse separaçaõ por qualquer motivo forte, nunca mais voltaríamos a ser amigos, pelo menos não como outrora. Mas eu falo de amigos mesmo, de longa data, com aquele carinho fraternal.
Mas o conto é ótimo.
Você que comenta lá no blog enão sabe se é homem ou mulher...
O blog é composto por 4 pessoas: Eu (Fábio), Alexandre, Amanda e Verônica. Sendo que eu que ando comentando aqui no seu blog. As postagens são todas assinadas e ainda colocamos foto do autor, então não tem como se enganar...rsrsrs.
Abraço.
www.desarranjosintetico.blogspot.com
Na boa.
Mulher é atraída pela possibilidade de mudança, pelo misterioso e desconhecido, pelo que deixa ela eletrizada de tesão.
Amigos serão sempre amigos.
E amigo de mulher...é cabelereiro.
Mensagens subliminares, haha.
sempre.
di.
¬¬
nao acredito q o meu comentario nao foi. :@
ódio!
aff. eu tinha dito q gostei do texto
e bah
e de uma parte dele:
Verônica: Porque adoramos mostrar para as outras que conseguimos domesticar um.
Flávia: Isso mesmo.
Marcelo: E vocês conseguiram fazer isso?
Ambas: Não.
mt mesmo!
saudade de vc meu bem.
bjo
mto bom, todos passamos por isso! bjos
Eu não vejo problemas em ficar com amigos, pois durante muito tempo tive apenas um amigo, e hoje ele é o meu namorado, gosto dessa combinação, e com o tempo descobrimos muitas coisas juntos.
Em relação aos cachorros, isso não significa que sempre os queremos, talvez a necessidade de algo novo, diferente, e um amigo, às vezes é para ser só um amigo, e cada caso é um caso.
beijos
Tipow q super sábias suas amigas, vantagens em conversas unissex é isso mesmo, um aprende com o outro.
"Verônica: Porque adoramos mostrar para as outras que conseguimos domesticar um."
Meu...A melhor frase ever, simplifica tudo. Sinto-me exposta! :D
Postar um comentário