Sexo e Jornalismo
Confesso que sou um cara que adora falar sobre sexo. Não só falar, como fazer também. Nunca fiz sexo anal, mas também não tenho nenhuma intenção de fazer - a não ser que a minha parceira peça e, lógico, lave o orifício traseiro. Mas isso é uma outra história.
Esses dias entro em dois blogs - o da minha amiga Vanessa Guedes e do namorado dela e também meu amigo Fábio que não sei o sobrenome - e me deparo com o seguinte: ambos elaboraram uma resenha de um livro chamado Sexo Anal - Uma Novela Marrom. Então, após ler os respectivos blogs fiquei com mais vontade de ler o dito cujo, já que ambos garantiram que o livro falava sobre jornalismo, também.
E não é que o livro é bom mesmo? Ele é direto, light, e prende a atenção. Para os "leitores comuns", a putaria compensa. Já aos estudantes de jornalismo, além da putaria, a análise que faz sobre a profissão é bem bacana. Ainda mais depois de um desabafo como esse de uma das personagens(os grifos são meus):
Esse é apenas um trecho, mas que diz bastante coisa. Muita gente detona os jornalistas por escrever algumas matérias - como as dos diários populares -, mas não sabem o que está por trás de tudo. E os cinco pontos destacados, como dito anteriormente, explicam - e não desculpam - porque alguns profissionais da área fazem isso.
(1) O jornalista é, simplesmente, um escravo. Alguns são chefes, mas a maioria é escravo porque precisa pagar as contas, pagar as dívidas da faculdade, algumas pensões e por aí vai. Então, não tem muito como dizer "isso eu não faço";
(2) O jornalista tem de preservar a fonte. No caso dessa história, o repórter é policial, tem várias fontes - desde diretores de prisão até bandidos - e a matéria era sobre a morte de um detento que foi detonado pelos companheiros de solitária por ter estuprado uma guria de 14 anos. Para não perder a fonte, teve de omitir algumas questões e fazer a matéria assim mesmo, dizendo que era suicídio;
(3) O "filho-da-puta do Beto" é, ninguém menos, que o chefe. Então, se o chefe diz que tu tens de escrever uma matéria só com um dedo, e tu não tem perspectiva de mudar de emprego porque o mercado está foda - ou seja, ser um jornalista medíocre -, fazes o que o "filho-da-puta do Beto" mandar;
(4) As matérias só são escritas assim porque têm leitores. Se eles fossem mais críticos, poderiam ser feitas matérias um pouco menos agressivas e manipuladas. Mas, enquanto não tivermos políticas públicas que instruam mais a população, vai ser sempre assim. Afinal, político nenhum quer um povão crítico - senão não será eleito;
(5) Anunciante quer vender. Então, só anuncia em algum jornal se este vender. Se ele vende com matérias manipuladas, foda-se, o que importa é vender. "É o capitalismo, estúpido".
Lógico, nem todos os jornalistas fazem isso. Tem as questões da ética e, também, dos princípios de cada um. Mas não podemos nos esquecer que o jornalismo é nada menos que o reflexo da sociedade. Se ela é corrupta, o jornalismo será corrupto. Se ela é conservadora, o jornalismo será, e assim sucessivamente - salvo algumas exceções.
Sexo Anal - Uma Novela Marrom. Um livro que não pode faltar na estante - neste caso, no HD - de nenhum (futuro) jornalista, nem em alguma aula de Introdução ao Jornalismo, pois possibilita uma baita discussão sobre a profissão.
Ah! Qualquer pervertido pode tê-lo também.
Esses dias entro em dois blogs - o da minha amiga Vanessa Guedes e do namorado dela e também meu amigo Fábio que não sei o sobrenome - e me deparo com o seguinte: ambos elaboraram uma resenha de um livro chamado Sexo Anal - Uma Novela Marrom. Então, após ler os respectivos blogs fiquei com mais vontade de ler o dito cujo, já que ambos garantiram que o livro falava sobre jornalismo, também.
E não é que o livro é bom mesmo? Ele é direto, light, e prende a atenção. Para os "leitores comuns", a putaria compensa. Já aos estudantes de jornalismo, além da putaria, a análise que faz sobre a profissão é bem bacana. Ainda mais depois de um desabafo como esse de uma das personagens(os grifos são meus):
O cu é marrom, a merda é marrom, a imprensa é marrom e até a terra, pra onde a gente vai debaixo no fim, é marrom. A vida não tem cor! Que se fodam todos hipócritas que não vêem isso! Que morram! (1)Faço o meu trabalho e o meu trabalho é esse: contar as histórias que todos querem que eu conte. (2)As histórias que a polícia quer quer eu conte, (3)as histórias que o filho-da-puta do Beto quer que eu conte, (4)as história que o público ignorante quer ler. Só isso. É tudo um interesse de merda! (5)Os anunciantes estão pagando por essa merda, os leitores pagam por essa merda... E até você está nessa história por causa de toda essa merda!
Esse é apenas um trecho, mas que diz bastante coisa. Muita gente detona os jornalistas por escrever algumas matérias - como as dos diários populares -, mas não sabem o que está por trás de tudo. E os cinco pontos destacados, como dito anteriormente, explicam - e não desculpam - porque alguns profissionais da área fazem isso.
(1) O jornalista é, simplesmente, um escravo. Alguns são chefes, mas a maioria é escravo porque precisa pagar as contas, pagar as dívidas da faculdade, algumas pensões e por aí vai. Então, não tem muito como dizer "isso eu não faço";
(2) O jornalista tem de preservar a fonte. No caso dessa história, o repórter é policial, tem várias fontes - desde diretores de prisão até bandidos - e a matéria era sobre a morte de um detento que foi detonado pelos companheiros de solitária por ter estuprado uma guria de 14 anos. Para não perder a fonte, teve de omitir algumas questões e fazer a matéria assim mesmo, dizendo que era suicídio;
(3) O "filho-da-puta do Beto" é, ninguém menos, que o chefe. Então, se o chefe diz que tu tens de escrever uma matéria só com um dedo, e tu não tem perspectiva de mudar de emprego porque o mercado está foda - ou seja, ser um jornalista medíocre -, fazes o que o "filho-da-puta do Beto" mandar;
(4) As matérias só são escritas assim porque têm leitores. Se eles fossem mais críticos, poderiam ser feitas matérias um pouco menos agressivas e manipuladas. Mas, enquanto não tivermos políticas públicas que instruam mais a população, vai ser sempre assim. Afinal, político nenhum quer um povão crítico - senão não será eleito;
(5) Anunciante quer vender. Então, só anuncia em algum jornal se este vender. Se ele vende com matérias manipuladas, foda-se, o que importa é vender. "É o capitalismo, estúpido".
Lógico, nem todos os jornalistas fazem isso. Tem as questões da ética e, também, dos princípios de cada um. Mas não podemos nos esquecer que o jornalismo é nada menos que o reflexo da sociedade. Se ela é corrupta, o jornalismo será corrupto. Se ela é conservadora, o jornalismo será, e assim sucessivamente - salvo algumas exceções.
Sexo Anal - Uma Novela Marrom. Um livro que não pode faltar na estante - neste caso, no HD - de nenhum (futuro) jornalista, nem em alguma aula de Introdução ao Jornalismo, pois possibilita uma baita discussão sobre a profissão.
Ah! Qualquer pervertido pode tê-lo também.
6 comentários:
tu tá usando muito a palavra "estúpido" e seus derivados.
enfim.
vamos promover a senhora campanha, então?
e tentar trabalhar para os melhores 'filhos-da-puta' q conseguirmos! =]
vc dissertou a partir de UMA frase.
uau!
:>)
obrigado, nêgo.
Uau!
Fiquei abimada com o texto... infelizmente todos temos "filhos-da-puta" para obedecer... Mas nunca falaria isso deles assim tão abertamente... hehehe
Muito bom!
Beijão, Ro.
Boa semana!
te linkei no novo post lá.
^^
é uma pseudo-homenagem a ti, e todos os homens solteiros à procura.
tu já leu aquele texto até, se eu não me engano.
but... é sempre bom avisar.
Que coisa... Rodrigo falando de sexo? nunca pensei isso! hahahaha
Só podia gostar do livro mesmo, fala de um dos teus tópicos preferidos... :P
Jornalismo escraxado e de boa qualidade!
Gostei :D
Estou chocado!!!
Nunca pensei que leria palavras tão chulas em um blog de uma pessoa tão respeitável quanto o sr. Rodrigo Dias, que conseguiu causar polêmica na aula de Redação III por querer falar de masturbação...
hahahaa!
Quanto ao livro, vou tomar conhecimento da matéria para falar com mais propriedade, hehehe!
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