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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A santa

Todo mundo sabe da história da guria menor de idade que foi presa em uma cela masculina, lá no longíquo - pelo menos para mim, que moro em Porto Alegre - Pará. Também tu deves estar careca de saber que ela era obrigada a manter relações sexuais com aquelas pessoas. Eu, assim como tu, também estou com vontade de pegar aqueles presos, os policiais e o delegado que a mantiveram no cárcere e pendurá-los numa árvore amarrados por aquele órgão que todos nós, homens, prezamos: o bingulim.

Isso é a comoção nacional. É o sensacionalismo que a mídia faz em cima deste fato repugnante. Ok! O que aqueles caras fizeram é errado e a exoneração do delegado - que teve a cara de pau de insinuar que a guria tinha alguma "debilidade mental" - foi uma pena muito branda.

Agora, o que não podemos fazer, é santificar a guria. Até hoje não se sabe o que ela fez para ser presa. Roubou alguma coisa? Matou alguém? Isso a imprensa tem o dever de divulgar, o que não foi feito até o presente momento, nem que seja para sabermos se a prisão foi banal ou não. Caso tenha feito alguma coisa, tem de pagar. Lógico, não em uma prisão feminina, muito menos em uma masculina: afinal, ela é "de menor" e deve ser encaminhada à antiga FEBEM ou retornar em serviços à comunidade.

Repito: a comoção é válida. Poderia ser uma das minhas primas, amigas, lobinhas, lá. Poderia ser, lógico, alguma parente tua, amiga, filha, sei lá. Concordo, também, que ela ter feito alguma coisa é o "que menos importa" nessa história toda. Mas estamos santificando uma pessoa que não sabemos o que é - a não ser o fato de ser menor.

Um comentário:

Bibi Barbarat disse...

é isso mesmo, as pessoas adoram colocar outras em pedestais, e eu também queria saber o que ela fez. Claro que isso não justifica o que fizeram com ela, mas que contem a história por inteiro né! bjoss