Disputa acirrada
Negra, cabelos da cor da sua pele, lisos graças à chapinha e cortados um pouco abaixo das orelhas. A franja é quase de emo: um lado curto e o outro que esconde um dos olhos, tão negros quanto sua etnia. O nariz pequeno, empinadinho, contrasta com os lábios carnudos com batom vermelho. Usa um casaquinho de couro aberto até a altura dos seios, que estão cobertos com um top amarelo. A barriguinha, meu deus, é retinha e o umbigo possui um piercing prateado que dá vontade de coloca-lo na boca para brincar, como se fosse outra coisa. Cabeça poluída minha, mas o que importa, ela é maravilhosa. Vou continuar a descreve-la, e se não quiser saber como ela é, faça uma coisa simples: sai daqui.
Se já estás aqui é porque queres continuar, assim como eu quero continuar a descreve-la. A demônia que me fez estar aqui. Demônia maravilhosa, com uma cinturinha fina e um quadril fenomenal, grosso como suas coxas. Está usando um shortinho minúsculo, da mesma cor que seu casaquinho de couro: preto que parece azul, de tão preto. Riahnna? Não, apenas uma sósia perfeita dela.
Seus braços estão erguidos, como se formassem um Y na dança que o Village People faz para a música “YMCA”. Em cada uma das mãos um pequeno lenço branco. Hesito olhar para o lado. Não quero ver quem é o maldito que ousa desafiar-me. Demônia maravilhosa.
Antes que baixe os braços, olho para o retrovisor. Nele está pendurado um par de dados vermelhos dado pela minha namorada, que está aqui comigo. Ela adora isso e me dá a maior força. Quando saio vitorioso, passamos horas e horas exercitando-nos. Sim. É isso mesmo que estás pensando.
A demônia negra baixa os braços. Piso fundo no acelerador e logo troco para a primeira marcha. “Shut up and drive”, minha namorada sussurra no meu ouvido. Ela sabe o quanto gosto dessa música – principalmente quando estamos na cama. Meus amigos, que também estão juntos nessa, apenas dizem “Acelera essa merda!”.
O volante treme, o velocímetro logo começa a bater nos 270 quilômetros. “Cento e dez, 120, 160, só pra ver até quando o motor agüenta”? Humberto Gessinger não sabe merda nenhuma sobre possantes. Morra na Infinita Highway, pentelho. O cheiro da borracha dos pneus traseiros – meu carro é de tração traseira, mane – logo vem ao meu nariz, aumentando cada vez mais a minha adrenalina.
Segunda marcha, terceira, quarta, quinta. “É isso, caralho! Manda ver nessa merda!”, gritam meus amigos. “Tu consegues”, diz a minha namorada, com a mão perto da minha virilha.
Estamos lado-a-lado. O filho da mãe que ousou me desafiar vai perder essa porra. Com toda a certeza. De que adianta carro caro se não sabe transforma-lo em uma máquina? Plaboy estúpido de merda. Haha, se fodeu. E ainda vai perder o carro pra mim, assim como todos os seus amiguinhos. Manezão.
Dobro à esquerda, nossos carros deslizam juntos e ele quase me joga contra a parede. Problema é dele. Vai se ferrar na próxima, porque é uma curva fechada pra direita, e continuamos um ao lado do outro.
Pronto. Ele tomou e se fodeu. Agora está atrás de mim. Quem é que vai ganhar, filho da puta? Quem? “Tu, porra!”, dizem meus amigos. Ficam felizes, esses escrotos. Mesmo assim, curto esses caras.
O carro está tão rápido que, na lomba – “ladeira”, como dizem alguns amigos meus de outros estados – dá um salto. Maravilha. A hora em que ele cai de bico, sobre a suspensão dianteira, fazendo tudo mexer como se tivesse tomado um soco é excitante.
Olho pro retrovisor e o filho da mãe não está lá. Cacete, está do meu lado. Não dá nada, vou vence-lo de qualquer jeito. Ele é um merdinha e eu sou o mais procurado dessa porra de vida.
A linha de chegada está logo ali, demarcada por um risco de fogo. Isso é show, cara. Tu não sabe como é foda passar o carro por cima dessa linha. Lógico que não queima, mas é foda de qualquer jeito.
Cacete, o que é isso? O que esse ônibus escolar faz aqui? Isso é hora? Consigo desviar, mas meu carro sai muito de traseira devido ao toque direto no freio, bem fundo. O carro que estava logo atrás do ônibus não consegue desviar e me acerta, no lado do passageiro. Começo a capotar, mas não consigo fechar os olhos nem desgrudar as mãos da porra do volante. Sim, eu sou louco e não largo esse osso de jeito nenhum.
Outros carros continuam a bater em mim: pelo lado, pela frente, na traseira, no teto... não sei quantas batidas, só sei que foram suficientes para demolir meu carro.
Algo líquido escorre pelo meu rosto e toca a minha boca. Passo a língua e sinto o gosto: suor. Olho para os lados e para trás. Minha namorada e meus amigos estão ali, perplexos, olhos tão arregalados que parecem mortos devido a estupidez da colisão. “Ta bem, amor?”, ela diz pra mim, com a voz embargada e os olhos cheios de lágrima. Meus amigos nada dizem. Não acreditam no que aconteceu.
Não consigo pensar em mais nada. Ainda bem que tudo isso foi resultado de um cálculo mal-feito em um jogo de corridas filho da puta. Se fosse real, como é que eu estaria agora – se é que estaria aqui?
Se já estás aqui é porque queres continuar, assim como eu quero continuar a descreve-la. A demônia que me fez estar aqui. Demônia maravilhosa, com uma cinturinha fina e um quadril fenomenal, grosso como suas coxas. Está usando um shortinho minúsculo, da mesma cor que seu casaquinho de couro: preto que parece azul, de tão preto. Riahnna? Não, apenas uma sósia perfeita dela.
Seus braços estão erguidos, como se formassem um Y na dança que o Village People faz para a música “YMCA”. Em cada uma das mãos um pequeno lenço branco. Hesito olhar para o lado. Não quero ver quem é o maldito que ousa desafiar-me. Demônia maravilhosa.
Antes que baixe os braços, olho para o retrovisor. Nele está pendurado um par de dados vermelhos dado pela minha namorada, que está aqui comigo. Ela adora isso e me dá a maior força. Quando saio vitorioso, passamos horas e horas exercitando-nos. Sim. É isso mesmo que estás pensando.
A demônia negra baixa os braços. Piso fundo no acelerador e logo troco para a primeira marcha. “Shut up and drive”, minha namorada sussurra no meu ouvido. Ela sabe o quanto gosto dessa música – principalmente quando estamos na cama. Meus amigos, que também estão juntos nessa, apenas dizem “Acelera essa merda!”.
O volante treme, o velocímetro logo começa a bater nos 270 quilômetros. “Cento e dez, 120, 160, só pra ver até quando o motor agüenta”? Humberto Gessinger não sabe merda nenhuma sobre possantes. Morra na Infinita Highway, pentelho. O cheiro da borracha dos pneus traseiros – meu carro é de tração traseira, mane – logo vem ao meu nariz, aumentando cada vez mais a minha adrenalina.
Segunda marcha, terceira, quarta, quinta. “É isso, caralho! Manda ver nessa merda!”, gritam meus amigos. “Tu consegues”, diz a minha namorada, com a mão perto da minha virilha.
Estamos lado-a-lado. O filho da mãe que ousou me desafiar vai perder essa porra. Com toda a certeza. De que adianta carro caro se não sabe transforma-lo em uma máquina? Plaboy estúpido de merda. Haha, se fodeu. E ainda vai perder o carro pra mim, assim como todos os seus amiguinhos. Manezão.
Dobro à esquerda, nossos carros deslizam juntos e ele quase me joga contra a parede. Problema é dele. Vai se ferrar na próxima, porque é uma curva fechada pra direita, e continuamos um ao lado do outro.
Pronto. Ele tomou e se fodeu. Agora está atrás de mim. Quem é que vai ganhar, filho da puta? Quem? “Tu, porra!”, dizem meus amigos. Ficam felizes, esses escrotos. Mesmo assim, curto esses caras.
O carro está tão rápido que, na lomba – “ladeira”, como dizem alguns amigos meus de outros estados – dá um salto. Maravilha. A hora em que ele cai de bico, sobre a suspensão dianteira, fazendo tudo mexer como se tivesse tomado um soco é excitante.
Olho pro retrovisor e o filho da mãe não está lá. Cacete, está do meu lado. Não dá nada, vou vence-lo de qualquer jeito. Ele é um merdinha e eu sou o mais procurado dessa porra de vida.
A linha de chegada está logo ali, demarcada por um risco de fogo. Isso é show, cara. Tu não sabe como é foda passar o carro por cima dessa linha. Lógico que não queima, mas é foda de qualquer jeito.
Cacete, o que é isso? O que esse ônibus escolar faz aqui? Isso é hora? Consigo desviar, mas meu carro sai muito de traseira devido ao toque direto no freio, bem fundo. O carro que estava logo atrás do ônibus não consegue desviar e me acerta, no lado do passageiro. Começo a capotar, mas não consigo fechar os olhos nem desgrudar as mãos da porra do volante. Sim, eu sou louco e não largo esse osso de jeito nenhum.
Outros carros continuam a bater em mim: pelo lado, pela frente, na traseira, no teto... não sei quantas batidas, só sei que foram suficientes para demolir meu carro.
Algo líquido escorre pelo meu rosto e toca a minha boca. Passo a língua e sinto o gosto: suor. Olho para os lados e para trás. Minha namorada e meus amigos estão ali, perplexos, olhos tão arregalados que parecem mortos devido a estupidez da colisão. “Ta bem, amor?”, ela diz pra mim, com a voz embargada e os olhos cheios de lágrima. Meus amigos nada dizem. Não acreditam no que aconteceu.
Não consigo pensar em mais nada. Ainda bem que tudo isso foi resultado de um cálculo mal-feito em um jogo de corridas filho da puta. Se fosse real, como é que eu estaria agora – se é que estaria aqui?
7 comentários:
Oi Rodrigo.
Vim retribuir a visita lá na Toca e tive um grata surpresa - você esceve muito bem. Porrada esta história do pega.
***
Quanto ao comentário lá no Piero: menina é o cacete! Sou um guasca velho (nem tanto) e safado (muito).
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Também vou criar o hábito de aparecer por aqui com frequência.
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Um abraço. Arriba!
To acostumado as suas descrições quase que entorpecidas por mulheres das mais diversas formas e tipos...
Grande abraço amigo...
cara, teus textos são hipnotizantes! Nao pisquei até chegar ao fim. Confesso que pensei q fosse sangue e, por vc ter falado em nfs antes, suspeitei que fosse jogo! :P
;*
Seu blog é muito, muito hilário.. desculpa aparecer assim do nada, mas andei lendo e nao resisti.... dei muita risada e tive que falar alguma coisa pra ti. Bacana mesmo, vou passar aqui sempre pra me divertir.
Um beijo!
Meo Deos.. eu li tudo de novo... pra tentar visualizar a coisa de novo. Gosto dessa história, da descrição, e da sua mente poluída O.o
E não se preocupe, 300 posts não são nada perto dessa qualidade de texto.
Beijo!
Ro e seu jeitinho safado! Adoro! Desculpe a ausência, volta às aulas, to meio perdida ainda. Tenho nova postagem... te espero lá. Beijos...
Corrigi o tremendo erro!
É que eu fico postando em um monti ao mesmo tempo e dá nisso...
Certeza que no Fer eu postei Ro!
Desculpa =X =**
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