Amor, meu grande amor

Ai, ai. Adoro ela. Não, na verdade não adoro. Eu AMO ela. Olha só os olhos, de cor verde que, dependendo do momento, ficam azuis claros, igual ao oceano. Ah! Eu amo esses olhos.

Aliás, ela é toda linda. Linda, linda, linda, linda! Linda mesmo. Loirinha, de cabelos curtos, só um pouquinho acima dos ombros. Nossa, estou realmente apaixonado.

Mas o que me fez ficar assim por ela? Ora, ao contrário das outras, ela me dá atenção. Quando estou mal, vem perguntar o que tenho. Se estou com dúvidas com relação à tudo, mas à tudo mesmo, lá vem ela para me dar as respostas. Fora que, sempre quando nos vemos, ela me dá um sorrisinho que vai de orelha a orelha.

Ainda me lembro de quando, no Dia Internacional da Mulher, dei uma flor pra ela. Sempre fui ensinado a admirar as mulheres e ela é uma das que mais admiro. A reação dela foi a de que queria me namorar. É sério, não estou brincando. A boca dela encontrou uma parte do meu corpo que não vou contar, só sei que não vou esquecer.

O problema é que ela tem namorado. Um cara alto, também loiro, forte e parece um modelo – ou jogador de basquete. Mas acho que ela me ama, só não sabe disso. Assim como eu amo ela, só que ela também não sabe disso.

Ah, que droga. Se eu não fosse apenas uma criança de cinco anos, tenho certeza de que ela me namoraria. O problema é que a briga ia ser grande: a Tia Rosa é amada por todos os meus coleguinhas aqui da escola. Com toda a certeza, alguns teriam uma morte dolorosa e lenta.

Opa, minha mãe tá me chamando. Obrigado pela atenção!