Publicidade

domingo, 24 de agosto de 2008

Filho da puta

"Filho da puta", foi o que ouviu ela dizer. Estava no banco logo a frente do dele. Já a tinha visto nas viagens de Universidade-Porto Alegre algumas vezes. Pensara em conversar com ela, mas como iniciar a conversa? Enfim, começou, logo depois de ouvir o palavrão após o gol do Flamengo em seu time de coração.

Levantou um pouco a cabeça e a avistou. Não era aquela guria maravilhosa, mas chamava sua atenção. Cabelos castanhos ondulados presos. Os óculos com armações na cor negra, assim como seus olhos, pousava sobre seu pequeno nariz. Encantou-se pelo sorriso - e como era bonito, mesmo.

"Quer matar um, é?" arriscou um início de papo. Ela retornou, suavemente, um "sim! Se eu souber onde ele está sentado, vai ser melhor". Cabe aqui dizer que ela procurava o cretino que ficava o tempo todo falando "chora, timinho". "Tá vendo aquele banco? Pois é, ele está dois atrás", ele retrucou e acrescentou "A gente pode fazer igual ao João Hélio: pede pro motora abrir a porta e deixa ele arrastando da BR-116 até Porto Alegre".

Ouviu uma gargalhada gostosa e sincera com uma pitada de "ai que horror". Mas o sarcasmo do carinha que ela também já tinha visto mas que não tivera coragem de bater um papo chamou a atenção. Aos poucos, a conversa fluiu - ela na frente e ele atrás, pois ambos estavam com os lugares aos seus lados ocupados.

Elaboraram teorias mirabolantes, como o provável ladrão da vara da atleta gaúcha ser o Diego Hypólito - "Viu? Foi por isso que ele caiu na última acrobacia do solo - até a possível desmotivação da seleção feminina de futebol. Chegaram a conclusão de que, pelo fato de nenhum torcedor gritar "vamo lá gostosa", as meninas estavam chateadas.

Mais risos, mais piadinhas. "Pára, teu amigo aí do lado é o Cérebro, porque tem várias idéias, e tu é o Pink, porque parece que só executa" pra lá e "Tá, e tu é a Velminha do Scooby-Doo". Perceberam, então, que não sabiam o nome um do outro. "Flávio, e a sua graça?", perguntou e ouviu "Daiane".

Soube algumas coisas da vida dela, e ficou um pouco triste ao saber que ela tinha namorado. "Mas isso não é problema pra mim, mesmo", pensou.

Nunca um "filho da puta" foi tão importante para apresentá-lo a uma guria. Ainda mais interessante. E pensou que ali poderia mudar seu conceito sobre amor e paixão. Ou não.

9 comentários:

Bibi Barbarat disse...

Pois acho que todo filho da puta existe por um motivo, viu! hehe

Anônimo disse...

Pelo menos foi a primeira vez que o meu intelecto razoavelmente avantajado, tal como outras partes do corpo, serviu para alguma coisa.

Camila disse...

Como saberiamos quem é legal de fato se não houvesse f.d.p.?
Hushaushuashua
Beijo

Anônimo disse...

Ah, mais uma coisa...
FLÁVIO É O CARALHO!!! MEU NOME É ZÉ PEQUENO, PORRA!!!

Vinícius Ghise disse...

FIÁDASPÚUUTAAAAHHH

Tem que ser assim, com vontade! ahhha

B disse...

mengoooooo :P

heiuehuiaehiuaehiuae

Camila disse...

Hahahahahaha
Não acho vc um chato q comenta "nada haver" no blog! Achei um cara autentico!
Ah... eu amo poesia! E contos! E cronicas! E quase todo tipo de texto... o importante mesmo é o conteúdo!
Beijo Rodrigo
=***

Alessandra Castro disse...

Olha soh, finalmente uma utilidade real aos chamados espiritos de porco! :D

Gabi disse...

hahahaha...
eu tb soltei um filho da puta nessa hora
mas ngm veio conversa comigo no bar


hahah
bjo