Para contar aos netos
Quatro adolescentes e dois caras, nem tão velhos, mas nem tão novos assim, resolveram fazer um acampamento. Para isso, contaram com um espaço em um sítio de um outro amigo, em uma cidadezinha do interior longe de tudo. Tinha água, luz e coisa e tal, mas a proposta era totalmente bizonha para algumas pessoas ditas normais: era um acampamento de sobrevivência.
Então, logo no primeiro dia, um dos dois caras nem-tão-velhos-mas-nem-tão-novos-assim disse para a pirralhada: "Seguinte. Aqui está a comida de vocês para este acampamento". A gurizada arregalou os olhos. Era uma galinha completa: com coxa, sobre-coxa, asa, peito e vida. Sim. A galinha estava viva. "Agora vou soltá-la e vocês têm que dar um jeito de comê-la, e não estou falando de zoofilia", soltou a gracinha o outro dos dois caras nem-tão-velhos-mas-nem-tão-novos-assim.
O pequeno animal, vendo o perigo, juntou suas peninhas e fugiu. Zarpou, por incrível que pareça, atravessou um riacho e pôs se do outro lado. Como um dos siris da propaganda da Brahma deve ter soltado um "nanananana", mostrando a bunda para os guris, porque eles saíram iguais a uns animais em busca do animal.
Os dois veiacos estavam dentro da casa iluminada, usando internet. Enquanto isso, suas namoradas também lá estavam, rindo da situação, quando batem na porta. Eram os guris, todo esfolados, com a galinha na mão. Perguntaram como é que se matava uma galinha e receberam como resposta: 1) quebra o pescoço; 2) corta o pescoço.
Os guris entraram num dilema, estilo Hamlet: cortar ou quebrar o pescoço. Eis a questão.Matutaram o que seria menos doloroso até que um resolveu fazer algo diferente. "Vamos afogá-la. Deve ser menos doloroso para ela". E foi o que resolveram fazer.
A galinha estava quase dormindo nos braços de um dos pirralhos. Devia estar quase roncando, contando pintinhos, pois estava muito calma. Mas, como todo animal que se preze, pressentiu o perigo. Abriu os olhos, viu o rio, viu a cara dos coitados quase chorando e resolveu ser heróica: bateu asas, mas não voou. Soltou-se das mãos dos ex-amigos e agora assassinos e fugiu. Mas sem antes dar uma paradinha e se arriar neles com aquele "nanananana" dos siris da Brahma.
Os dois veiacos continuavam dentro da casa iluminada, agora usando as namoradas para... é, isso, quando foram interrompidos. Um "puta que pariu" foi ouvido do lado de fora. Um deles abriu a porta e perguntou o que foi. Ao ouvir o relato de "ela bateu asas e fugiu" e depois uma pergunta um tanto emocionada de "como é que vamos recapturá-la?", uma lampadazinha de Einstein brilhou. "Vou deixar o Saddam pegá-la", foi o que falou.
Saddam saiu correndo e, em poucos minutos, já estava de volta à casa. Um assovio foi mais do que necessário para que os guris voltassem correndo à casa, risonhos. Lá estava Saddam, com a galinha na boca. Quando um deles foi se aproximar, ouviu um alto rosnado do fila. Ao ser perguntado "Ele não ques nos devolver", um dos veiacos retrucou: "Eu falei que ia deixá-lo pegá-lo. Mas em momento algum disse que ele devolveria à vocês".
Os guris, cabisbaixos, tiveram de se contentar com uma latinha de sardinha cada um. Pelo menos voltaram com uma ótima história para contar aos netos. Ou não.
5 comentários:
Tem que ter historias assim, na hora parece que tudo deu "errado" mas é assunto...é viver, porra.
Conheço tal história... Tirando as namoradas e a internet na cabana, tirando que eu era um adolescente a chefiar os outros três - escoteiros, por sinal.
Eu lembro mto bem, Saddam era o cão do Raul - dono da cabana -, havia, além de mim e Raul, 3 sêniores, Alceu e Cris Bona Ritt...
O resto todo mundo há de saber!
nhaa q loucuraaa, mas adorei a historiaa, e os netos deles vao se orgulhar deles! eeu axo ahuauhuah
beejoo
tá criativo hein paxão gaúcha?
Bjs
criativo? Cara, cada vez mais deprimente os teus textos, pelamordedeus!!
Não tinha o que escrever, era melhor nem ter feito.
sinceramnete, ficou horrívellll esse texto.
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