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segunda-feira, 8 de outubro de 2007

O fim dos estágios?

Não! Os estágios não serão extintos. Porém, mas, contudo, todavia, será (mais) restrito. O quê? Não sabes do que falo? Como diz a música da banda El Simbolo: "No te preocupes más, oh no! Mantén el movimiento".

O Senado deve aprovar, em breve, proposta do Executivo - mas com umas pitadas da proposta do senador Osmar Dias - que limita o número de estagiários em 20% do quadro de funcionários, a carga horária em 30 horas semanais e torna obrigatórios vale-transporte e férias remuneradas.

Maravilha, não? Não! Concordo que, de vez em quando, nós, estagiários - também sou um - trabalhamos mais que alguns profissionais. Porém, acredito que isso faz parte do aprendizado. No caso dos futuros jornalistas, por exemplo, preocupação com horário de trabalho é o que menos importa. Afinal, quando entrarmos no mercado, teremos de ficar na "função direta", no mínimo, oito horas diárias. Digo "função direta" porque jornalista, como escreveu Ricardo Noblat em seu livro O que é ser jornalista, atua 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano - fora os 366 em ano bissexto.

Os proponentes deste projeto de Lei acreditam que, assim, os estudantes não serão mais escraviários, serão mais valorizados e, também, terão mais tempo para estudar. Ora, não acontecerá nenhuma das outras coisas. Como já dizia Jack, "vamos por partes":

Escraviário
O aluno continuará a exercer o trabalho de sempre, só que em menos tempo. Em vez de em oito horas, será em seis e com menos colegas - lembra do limite para 20% do quadro de funcionários? Afinal, terá alguém do governo supervisionando o atarefado ou será o contratante? Hein? Hein?

Valorização
Bulhufas. De que adianta trabalharmos menos se ganharemos menos? Ou será que eles vão estipular o salário mínimo do estagiário - tenho medo que leiam isso, pois acredito colocarão o mínimo de R$ 200?

E quanto às férias de 30 dias... Vale ressaltar que elas são válidas, apenas, após um ano no mesmo local de trabalho. Como o contrato de estagiário é válido por seis meses renováveis por mais seis - em um limite que pode chegar a dois anos, já viu o resultado: não renovação após seis meses. Ah, entendi. Vão estipular, também, que o mínimo de vigência contratual seja de um ano, né? Não? Droga...

Mais estudos
Piada. Os autores da propostas contratarão babás para os estagiários? Instalarão sistema de câmeras na casa de cada um para ver se estão estudando? Será que esses caras esqueceram que estuda quem, quando e como quer? Essa limitação de carga horária pode até fazer alguns estudarem mais, mas uma boa parcela vai fazer o de sempre: dormir pra caramba.

Definitivamente, esses caras que fazem leis têm de pensar um pouco mais no que propõem. Posso garantir que, com isso, perderão alguns votinhos de estagiários - futuros eleitores.

P.s.: Esses caras são tão estranhos que, em vez de votar o projeto, trancam a pauta para mostrar quem é autor de quê. Por que eles não têm essa "raça" na hora de tirar alguns senadores?

7 comentários:

Débora disse...

Olá Rodrigo!
Creio que você deve rever os teus conceitos referente a reformulação da lei!
Estágio sempre foi uma ferramenta de aprendizem e não um emprego,certo?
Pense bem!

Rodrigo Dias disse...

Oi Débora,

Em momento algum disse que estágio é emprego. Apenas acredito que a diminuição de oito para seis horas não fará diferença - e férias remuneradas equivale a vínculo empregatício, na minha opinião, mas posso estar errado.

Obrigado pelo comentário

Anônimo disse...

Ah, eu concordo com a lei no que se refere à férias [mesmo que o contrato seja de seis meses].
Mas eu, por exemplo, estagio na área de informática e ganho por hora. Pela lei da prefeitura [que é pra quem eu trabalho] eu não posso trabalhar mais que quatro horas, e isso significa que eu ganharia uma quantia bem baixa de reais por mês. Acontece que no meu local de serviço eles me deixam passar do meu horário, e com isso eu ganho mais. =D
Aí vem a pergunta: se a própria Secretária Municipal de Educação, que é pra quem eu trabalho, burla a lei... o que será que acontece nas empresas provadas?

Anônimo disse...

eu quis dizer "privadas", ok?
;-]

Anônimo disse...

Oi Rodrigo!!!
Vim parar no seu blog por ter visto um comentário seu muito sagaz em um outro site... Passei só para parabenizá-lo!!! Adorei!!! É bom saber que ainda existe vida inteligente na net...Bjos!

Raquel Verardi disse...

Nobre colega (:P)
Acho que tua defesa é válida, contudo, não concordo quando dizes que a redução de horas visando tempo para estudo será aproveitada para tirar uma soneca!!
O fato é que nós, pobres estagiários, realmente quase não temos tempo para estudar... e isso às vezes depende de vontade.
Creio que há muita mutreta nessa lei mas, também acho que que há muitas coias boas nela.
Sempre há os dois lados, lembre-se disso!
Bjoo :)

Anônimo disse...

Concordo com a colega acima.
Trabalhando 8 horas por dia não há cristo que arrume tempo pra estudar.. a gente bem q tenta ler uns textinhos no ônibus, mas acaba dormindo por cima deles, tamanho o cansaço. Além disso, nos estágios de jornalismo, por exemplo, quando vc não trabalha em órgão publico, quase sempre há os plantões de final de semana.. ai sim é impossível se dedicar à faculdade.
Ah, e sobre as férias, não acredito que as empresas não vão renovar contrato por causa disso.. Se vc é bom no q faz, cria uma interdependência com ela.. não acho q vão preferir fazer processo de seleção + novo contrato + treinamento todo o semestre só por isso.. eles iam sair perdendo.

bjooo rodrigo!
aiuheiuhuahiue
pra variar, eu discordando né