As cartas de Aninha – o Advogado
Aninha é daquelas gurias que todos os caras querem. Morena de cabelos e pele, olhos verdes e claros como as praias de Santa Catarina, e uma boca carnuda que só vendo para crer. Também tem um belo busto. Sim, seus seios são de 89 centímetros de pura carne. Nada de silicone. É sério, por mais estranho que seja não encontrar mulher com silicone nestes tempos contemporâneos. Sua cintura também é fenomenal e, somando à ela o seu belo quadril, pode-se dizer que possui um corpo violão, daqueles que todos querem tocar não só à noite, mas o dia inteiro.
Além desses belos atributos, Aninha tem uma bela personalidade. É daquelas poucas que têm para namorar. Também é romântica. Deve ser por isso que todos os caras mandam para ela flores e, junto, uma cartinha. A dessa vez foi a de Gervásio Spuldomino.
Gervásio era um jovem advogado. Como todo bacharel em Direito, gostava de ser chamado de Dr. Spuldomino. Não que o sobrenome fosse grande coisa, mas pelo menos não era um Dr. Silva ou Dr. Pereira, como deve ter uns quantos por aí. Sempre foi assim, metidinho, desde que era estudante de Direito em uma das várias universidades privadas e picaretas que têm por esse Brasil.
Como sou amigo – quero dizer, ela diz que sou, mas eu não quero (apenas) a amizade dela -, recebi a carta. E, como todo ciumento, publico-a aqui, para que todos vejam que tipo de gente quer se relacionar com ela.
“Minha amada Aninha,
Ab initio, quando lhe vi prima facie a caminhar pela universidade, não consegui deixar de pensar em vossa egrégia pessoa. Ad cautelam, não fui ao seu encontro. Acreditei que não teria chances para falar-lhe. Mas agora, resolvi mudar.
Ex tunc pensei qual a melhor forma. Seria por telefone? Não, não tenho seu número. Por e-mail? Também não tenho. Messenger, então, nem pensar. Apenas pessoas sem vida social – o que não me inclui – utilizam-se destes programas para comunicar-se Como todo advogado que se preze, consegui seu endereço. Ipso facto essa carta.
A priori, fiquei com receio. Será que me leria? Porém, a posteriori, acreditei que sim. Peço que acredite in verbis no que escrevo. Estou apaixonado por vossa ilustríssima pessoa, lato sensu. O meu amor ex espositis à todos os que me conhecem.
Ad exemplum: minha distinta mãe vive a perguntar-me por que fico trancado em meu quarto; minha irmã não para de caçoar de minha pessoa; e meu pai está insuportável. Na última acareação entre ele e eu, disse que cortaria a minha mesada. Tudo por meu amor à ti – desculpe-me a intimidade. In pari causa, um amigo meu foi forçado a sair de casa. Viste a que ponto cheguei?
In ilitio litis de namorarmos, refleti sobre. E vi que será impossível viver sem ti. Sinto-me na onus probandi a ti e ao mundo. Ipso facto, data vênia, pergunto-lhe: aceita-me como teu legítimo homem?
In verbis da música do Jota Quest, pergunto-lhe novamente: “Se isso não é amor, o que mais pode ser?
Porto Alegre, em 20 de Março de 2007
Doutor G. Spuldomino”
Aninha, sarcástica como só ela consegue ser, tratou de dar uma resposta... também por carta.
“Excelentíssimo Doutor Gervásio Spuldomino,
Ana Júlia da Silva, por seu agente firmatário, respeitosamente dirige-se a esse Douto Cidadão para dizer e propor o que segue.
I - No dia 20 de março de 2007, tomei conhecimento de seu amor por mim, por intermédio de uma carta anexa a um buquê de flores da Casa de Flores tia Juca. Entendendo que seu amor por mim, ao que parece, é grande, sugiro os seguintes pontos:
1 – Antes de intitular-se doutor, peço que tenha conhecimento de que apenas podem ostentar este título àqueles que possuem Doutorado;
2 – Também peço que entendas que és bacharel em Direito;
3 – Tenha, também, em mente, que nunca namorarei uma pessoa esnobe como o distinto cidadão. Uma pena que esta categoria, tão importante para a justiça deste mundo cão, seja desmoralizada por atitudes como a do senhor;
4 – Por último, sugiro que, se pensares escrever uma outra carta de amor, seja para quem for, mate-se antes que ela tenha de ir ao banheiro, como se sofresse de bulimia.
Requer-se, por fim, não seja a distinta escritora cientificada de todos os encaminhamentos relativos à presente proposição.
Porto Alegre, em 21 de março de 2007
Ana Júlia da Silva
Estudante de Jornalismo
P.s.: Eu não sei latim, porra!”
De início ele deve ter ficado feliz de ter recebido um ofício como este. Entretanto, deve ter desencanado dela e mudado de cidade. Faz dois dias que não o vejo pelas bandas da universidade.
Além desses belos atributos, Aninha tem uma bela personalidade. É daquelas poucas que têm para namorar. Também é romântica. Deve ser por isso que todos os caras mandam para ela flores e, junto, uma cartinha. A dessa vez foi a de Gervásio Spuldomino.
Gervásio era um jovem advogado. Como todo bacharel em Direito, gostava de ser chamado de Dr. Spuldomino. Não que o sobrenome fosse grande coisa, mas pelo menos não era um Dr. Silva ou Dr. Pereira, como deve ter uns quantos por aí. Sempre foi assim, metidinho, desde que era estudante de Direito em uma das várias universidades privadas e picaretas que têm por esse Brasil.
Como sou amigo – quero dizer, ela diz que sou, mas eu não quero (apenas) a amizade dela -, recebi a carta. E, como todo ciumento, publico-a aqui, para que todos vejam que tipo de gente quer se relacionar com ela.
“Minha amada Aninha,
Ab initio, quando lhe vi prima facie a caminhar pela universidade, não consegui deixar de pensar em vossa egrégia pessoa. Ad cautelam, não fui ao seu encontro. Acreditei que não teria chances para falar-lhe. Mas agora, resolvi mudar.
Ex tunc pensei qual a melhor forma. Seria por telefone? Não, não tenho seu número. Por e-mail? Também não tenho. Messenger, então, nem pensar. Apenas pessoas sem vida social – o que não me inclui – utilizam-se destes programas para comunicar-se Como todo advogado que se preze, consegui seu endereço. Ipso facto essa carta.
A priori, fiquei com receio. Será que me leria? Porém, a posteriori, acreditei que sim. Peço que acredite in verbis no que escrevo. Estou apaixonado por vossa ilustríssima pessoa, lato sensu. O meu amor ex espositis à todos os que me conhecem.
Ad exemplum: minha distinta mãe vive a perguntar-me por que fico trancado em meu quarto; minha irmã não para de caçoar de minha pessoa; e meu pai está insuportável. Na última acareação entre ele e eu, disse que cortaria a minha mesada. Tudo por meu amor à ti – desculpe-me a intimidade. In pari causa, um amigo meu foi forçado a sair de casa. Viste a que ponto cheguei?
In ilitio litis de namorarmos, refleti sobre. E vi que será impossível viver sem ti. Sinto-me na onus probandi a ti e ao mundo. Ipso facto, data vênia, pergunto-lhe: aceita-me como teu legítimo homem?
In verbis da música do Jota Quest, pergunto-lhe novamente: “Se isso não é amor, o que mais pode ser?
Porto Alegre, em 20 de Março de 2007
Doutor G. Spuldomino”
Aninha, sarcástica como só ela consegue ser, tratou de dar uma resposta... também por carta.
“Excelentíssimo Doutor Gervásio Spuldomino,
Ana Júlia da Silva, por seu agente firmatário, respeitosamente dirige-se a esse Douto Cidadão para dizer e propor o que segue.
I - No dia 20 de março de 2007, tomei conhecimento de seu amor por mim, por intermédio de uma carta anexa a um buquê de flores da Casa de Flores tia Juca. Entendendo que seu amor por mim, ao que parece, é grande, sugiro os seguintes pontos:
1 – Antes de intitular-se doutor, peço que tenha conhecimento de que apenas podem ostentar este título àqueles que possuem Doutorado;
2 – Também peço que entendas que és bacharel em Direito;
3 – Tenha, também, em mente, que nunca namorarei uma pessoa esnobe como o distinto cidadão. Uma pena que esta categoria, tão importante para a justiça deste mundo cão, seja desmoralizada por atitudes como a do senhor;
4 – Por último, sugiro que, se pensares escrever uma outra carta de amor, seja para quem for, mate-se antes que ela tenha de ir ao banheiro, como se sofresse de bulimia.
Requer-se, por fim, não seja a distinta escritora cientificada de todos os encaminhamentos relativos à presente proposição.
Porto Alegre, em 21 de março de 2007
Ana Júlia da Silva
Estudante de Jornalismo
P.s.: Eu não sei latim, porra!”
De início ele deve ter ficado feliz de ter recebido um ofício como este. Entretanto, deve ter desencanado dela e mudado de cidade. Faz dois dias que não o vejo pelas bandas da universidade.
6 comentários:
p.: Qual a diferença entre um verme e um advogado?
R.: Um é lustroso, rastejante e nojento...
O outro é um verme.
Wagner...
Dependendo de mim... rs... sempre tem um comentário meu aqui. Heim, porra, só posta textos meio, digamos de passagem, PORNOGRÁFICOS... rs... eeeeeee carinha que só pensa NAQUILO!
Porra... tem guria aí não... rs...
Enfim. Texto interessante... rs... pra mim ela soube mandar o cara pastar, nadar no próprio cuspe no chão... rs... isso é massa!
Grande abraço e uma ótima semana...
Daonde que esse texto é pornográfico, Wagner?
Poxa, em momento algum eu escrevi pornografia nesse post. Apenas mostrei que a guria é maravilhosa.
Êta povo com mente suja.
P.s.: tem mulher sim, mas comigo não. hehehe
ain,
n li isso td n
mas li o anterior...
sauhsaush
nada a declarar
bjox x x
Eta povo esse que não lê tudo... Bando de sem graça. =D
aha, mas tu tá é ficando muito engraçadinho!
vê se começa a registrar teus textos ou pelo menos botar umas Creative Commons neles, pra neguinho nenhum sair dando ctrl+c à torto e a direto.
beijo
Postar um comentário