Lenga-lenga até chegar ao ponto final
Cheguei em casa por volta das 18h30. Comi um bife de picanha e bebi um achocolatado, porque a noite, parecia-me, seria longa. Após a família toda banhar-se, lá vou eu. Em menos de 15 minutos estou pronto. Tudo isso fiz - a janta, o banho e ainda por cima uma horinha de internet, pois ninguém é de ferro – em cerca de uma hora.
Por volta das 20h15 chegamos, a família toda, ao nosso destino. Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mário Quintana.
Meu irmão e eu fomos comprar nossos ingressos, porque estudantes pagavam meia entrada, mas tinha que ser na hora. Após ouvirmos um “relaxem” em resposta ao comentário retórico do primogênito da família – eu sou o mais novo – que disse “A nossa carteirinha é a do ano passado”.
O espetáculo era para ter iniciado às 21 horas. Ao ler o canhoto do ingresso que dizia “Este deve ser obrigatoriamente apresentado com antecedência mínima de 45 minutos” percebi que ia demorar. Afinal, já estava ali, em uma fila quilométrica, há 15 minutos – portanto, o canhoto deveria ter sido apresentado no momento em que cheguei. A coisa boa é que, nem sempre, a gente cumpre o combinado. É só ver o exemplo dos nossos representantes, sejam eles os políticos, sejam eles os representantes estudantis.
Até o momento de entrada no Teatro, muito papo. “Três horas de peça”, diz uma senhora. “Não tem ar condicionado. Quebrou”, diz outra pessoa que não me recordo quem. “Que merda, não tem nada pra comer aqui”, argumenta mais um. Até tem, mas o pessoal tem que preparar e, depois, perde o lugar na fila e fica de pé.
Enfim, abrem-se as portas. Vamos todos entrando sorridentes. Afinal, estávamos vendo uma peça do Chico Buarque, intitulada Ópera do Malandro. Apesar de reconhecer a contribuição do cantor na recente história brasileira, para mim era apenas mais uma das pouquíssimas peças de teatros que vi até hoje, devido ao preço exorbitante que cobram normalmente.
Para encontrar um lugar foi uma merda. As poltronas do local eram desconfortáveis, tinham apenas dois ventiladores ligados, um em cada ponta do teatro, em diagonal. Olhava para a porta e pensei que estavam fabricando pessoas, porque era incrível: quanto menos lugar tinha, mais pessoas apareciam. Incrível o que Chico Buarque faz com essas pessoas cultas.
Sim, as pessoas eram cultas. Na verdade, como eu tinha dito para o meu pai, a maioria ali estava se achando culta só porque foram ver uma peça do Chico Buarque – na verdade, de co-autoria dele. Bando de idiotas. Como se ouvir ou ver alguma obra desse cara fosse transforma-los em cultos. Tsc, tsc, tsc.
Os “cultos” não calavam a boca. Primeiro sinal, e aquele zum zum zum por todos os lados. Segundo sinal, o teatro fica com “meia luz”, e algumas pessoas calam a boca. Terceiro sinal, todo mundo cala a boca, e começa o longo... agradecimento pelos empresários que contribuíram para que a edição 2008 do Porto Verão Alegre fosse realizada.
Lógico que depois de dois minutos ouvindo Zé Vítor Castiel agradecendo Deus e marcianos, os “cultos” começaram a vaiar e dizer “acabou”.
Após uns três minutos – bando de pessoas que sofrem de ejaculação precoce -, começa o teatro. Não vou contar muito sobre a peça, mas vou dizer apenas uma coisa: vale a pena ver. A história, apesar de longa, é engraçada e, ao mesmo tempo, crítica. Além disso, as atrizes eram, em sua maioria, bonitas e gostosas. Só faltaram tirar a roupa. =D
Toda essa lenga-lenga aí em cima foi apenas para dizer o quanto teatro é maravilhoso. A proximidade que os atores têm com o público acaba por nos inserir na história. A gente se sente parte do espetáculo, e não apenas um bando de bobalhão olhando uma tela gigante com um monte de efeitos especiais.
O teatro deixa-nos perceber que os atores também têm falhas, imperfeições. Erram os textos, mas a arte do improviso não nos faz perceber. As risadas que eles mesmo dão de si, as tiradas de última hora, como um sonoro “Pede pra sair, Barrabás” ou um dos atores, no meio da “manifestação”, levantar uma placa dizendo “Queremos ar condicionado”.
Além disso, é possível ver o nervosismo de alguns, o despreparo e o preparo de outros. Nada muito digno de um “oh, que merda!”. Lógico, que tudo isso depende da peça, da direção e dos atores. Só que, convenhamos, teatro é muito melhor que cinema. O problema é que os promotores de evento normalmente cobram o olho da cara por algumas peças com globais que não têm nada de interessante.
Maldito monopólio e malditos sejam esses manés metidos a cultos...
Assim como Zé Vitor Castiel, tenho que fazer agradecimentos. Primeiro, ao meu irmão Thiago, por ter convidado a família por essa (longa) saidinha. Depois, àqueles que possibilitaram a realização do Porto Verão Alegre. Só com eventos assim é que podemos ver peças de teatros muito boas a preços acessíveis. E, lógico, aos roteiristas desse espetáculo, que conseguiram prender a atenção do público por longas e calourentas horas.
***
P.s.: Meu aniversário é apenas em novembro, mas quem quiser me dar um Chapéu Panamá de presente, eu agradeço.
Por volta das 20h15 chegamos, a família toda, ao nosso destino. Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mário Quintana.
Meu irmão e eu fomos comprar nossos ingressos, porque estudantes pagavam meia entrada, mas tinha que ser na hora. Após ouvirmos um “relaxem” em resposta ao comentário retórico do primogênito da família – eu sou o mais novo – que disse “A nossa carteirinha é a do ano passado”.
O espetáculo era para ter iniciado às 21 horas. Ao ler o canhoto do ingresso que dizia “Este deve ser obrigatoriamente apresentado com antecedência mínima de 45 minutos” percebi que ia demorar. Afinal, já estava ali, em uma fila quilométrica, há 15 minutos – portanto, o canhoto deveria ter sido apresentado no momento em que cheguei. A coisa boa é que, nem sempre, a gente cumpre o combinado. É só ver o exemplo dos nossos representantes, sejam eles os políticos, sejam eles os representantes estudantis.
Até o momento de entrada no Teatro, muito papo. “Três horas de peça”, diz uma senhora. “Não tem ar condicionado. Quebrou”, diz outra pessoa que não me recordo quem. “Que merda, não tem nada pra comer aqui”, argumenta mais um. Até tem, mas o pessoal tem que preparar e, depois, perde o lugar na fila e fica de pé.
Enfim, abrem-se as portas. Vamos todos entrando sorridentes. Afinal, estávamos vendo uma peça do Chico Buarque, intitulada Ópera do Malandro. Apesar de reconhecer a contribuição do cantor na recente história brasileira, para mim era apenas mais uma das pouquíssimas peças de teatros que vi até hoje, devido ao preço exorbitante que cobram normalmente.
Para encontrar um lugar foi uma merda. As poltronas do local eram desconfortáveis, tinham apenas dois ventiladores ligados, um em cada ponta do teatro, em diagonal. Olhava para a porta e pensei que estavam fabricando pessoas, porque era incrível: quanto menos lugar tinha, mais pessoas apareciam. Incrível o que Chico Buarque faz com essas pessoas cultas.
Sim, as pessoas eram cultas. Na verdade, como eu tinha dito para o meu pai, a maioria ali estava se achando culta só porque foram ver uma peça do Chico Buarque – na verdade, de co-autoria dele. Bando de idiotas. Como se ouvir ou ver alguma obra desse cara fosse transforma-los em cultos. Tsc, tsc, tsc.
Os “cultos” não calavam a boca. Primeiro sinal, e aquele zum zum zum por todos os lados. Segundo sinal, o teatro fica com “meia luz”, e algumas pessoas calam a boca. Terceiro sinal, todo mundo cala a boca, e começa o longo... agradecimento pelos empresários que contribuíram para que a edição 2008 do Porto Verão Alegre fosse realizada.
Lógico que depois de dois minutos ouvindo Zé Vítor Castiel agradecendo Deus e marcianos, os “cultos” começaram a vaiar e dizer “acabou”.
Após uns três minutos – bando de pessoas que sofrem de ejaculação precoce -, começa o teatro. Não vou contar muito sobre a peça, mas vou dizer apenas uma coisa: vale a pena ver. A história, apesar de longa, é engraçada e, ao mesmo tempo, crítica. Além disso, as atrizes eram, em sua maioria, bonitas e gostosas. Só faltaram tirar a roupa. =D
Toda essa lenga-lenga aí em cima foi apenas para dizer o quanto teatro é maravilhoso. A proximidade que os atores têm com o público acaba por nos inserir na história. A gente se sente parte do espetáculo, e não apenas um bando de bobalhão olhando uma tela gigante com um monte de efeitos especiais.
O teatro deixa-nos perceber que os atores também têm falhas, imperfeições. Erram os textos, mas a arte do improviso não nos faz perceber. As risadas que eles mesmo dão de si, as tiradas de última hora, como um sonoro “Pede pra sair, Barrabás” ou um dos atores, no meio da “manifestação”, levantar uma placa dizendo “Queremos ar condicionado”.
Além disso, é possível ver o nervosismo de alguns, o despreparo e o preparo de outros. Nada muito digno de um “oh, que merda!”. Lógico, que tudo isso depende da peça, da direção e dos atores. Só que, convenhamos, teatro é muito melhor que cinema. O problema é que os promotores de evento normalmente cobram o olho da cara por algumas peças com globais que não têm nada de interessante.
Maldito monopólio e malditos sejam esses manés metidos a cultos...
Assim como Zé Vitor Castiel, tenho que fazer agradecimentos. Primeiro, ao meu irmão Thiago, por ter convidado a família por essa (longa) saidinha. Depois, àqueles que possibilitaram a realização do Porto Verão Alegre. Só com eventos assim é que podemos ver peças de teatros muito boas a preços acessíveis. E, lógico, aos roteiristas desse espetáculo, que conseguiram prender a atenção do público por longas e calourentas horas.
P.s.: Meu aniversário é apenas em novembro, mas quem quiser me dar um Chapéu Panamá de presente, eu agradeço.
5 comentários:
mas tu é maníaco por sexo hein?
ehuehueheuheueheu
bah, tem q ser uma peça muito boa pra aguentar calor e lugar cheio!
e, realmente, é caro ver uma peça de teatro aqui. se bem que, tudo aqui é mais caro! O.o
;***
Achei que você ia esculachar com tudo, mas me enganei. A maioria dos que se acham cultos, são apenas metidos a intelectuais. Poucas peças teatrais vêm pra Maringá, e também é caro quando vem. Tenho nova postagem no blog! Se possível da uma passada lá e deixa seu comentário
eu amo teatros... sempre gostei e sempre fui.
a ultima q fui ver deve fazer 1 semana e meia, chamada: O Surto. é muito boa. muito mesmo.
saudade de vc moço.
fica em paz. ^^
e ahhh!
eu amo de paixão o Tio Chico. Ele é foda em tudo oq ele faz.
Mas essa paixão também tem uns bons anos...
^^
tu confessou que esqueceu do meu niver, sua antinha!!!! tu vai ver só,chato.=/
e eu vi 'tangos e tragedias' semana passada, a unica peça forA do porto verão alegre... muito muito demais, ótimo presente do fabio pra mim.
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