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domingo, 30 de novembro de 2008

McDonald's

Chegou cansado. Após um dia inteiro de trabalho, abriu a porta de casa, já tirando o paletó. Percebeu o suor escorrendo suas costas. “Maldito calor! Maldito trabalho”, esbravejou. Calou-se rapidamente, até perceber que estava sozinho em casa – aliás, morava sozinho há uns bons três meses.

“Banho! Preciso de um banho para relaxar!”, pensou ele. Estava apreensivo. Na verdade, estava ansioso. “Será que ela vai ligar?”, “Será que ela está bem?” e “Será que sairemos neste fim-de-semana” eram alguns dos pensamentos que martelavam em sua cabeça nos últimos três dias.

Vira a guria em uma festa. Já a conhecia. Era a amiga de uma amiga dele. Trocavam mensagens esporádicas por msn e orkut. Enfim, encontraram-se na festa. Ambos achavam que não seria nada demais. Estavam ali, solteiros, livres e desimpedidos. Sem mais delongas: ficaram naquela festa, mas por pouco tempo. Ele precisava ir embora, pois no outro dia tinha que trabalhar. “Profissãozinha filho-da-puta que escolhi, hein?”, dizia à si enquanto voltava para casa.

No outro dia, não conseguiu trabalhar direito. A cabeça continuava nela. Apenas nela. Só nela. “Caralho, é só ela que tem nesse mundo?”, pensou. Abriu o msn e lá estava uma mensagem da dita cuja:

Fulaninha diz:
Oi! Sei que parece ser rápido demais, mas eu queria te ver de novo. Meu telefone está em depoimento no teu orkut. Beijo

“Caralho! Ela me mandou uma mensagem! Ela me deu o telefone! Ela quer me ver!”. Não é preciso ser muito gênio para ver que ele ficou abobalhado. Ligou para a guria e combinaram de se encontrar. No dia, mais uns beijos, mas de novo tinham de interromper o namorico por causa de compromissos. “A gente conversa e combina de se ver de novo”, um disse ao outro, ao mesmo tempo. Sim! Ambos estavam a fim.

Passou um dia e nada. Passou outro dia, ele ligou, conversaram, e ficaram de combinar mais tarde o horário, pois ela estava ocupada. Passou o terceiro dia e, novamente, nada. O quarto, o quinto, o sexto. “É melhor dar um tempo para não apressar as coisas e não fazer merda”, disse-lhe um amigo. É verdade. Nada melhor que dar tempo ao tempo. Tudo vai acontecer na hora que tiver de acontecer e da maneira certa.

Mais um dia e nada. Outro, e outro, e outro...

Chegou cansado. Após um dia inteiro de trabalho, abriu a porta de casa, já tirando o paletó. Percebeu o suor escorrendo suas costas. “Maldito calor! Maldito trabalho”, esbravejou. Calou-se rapidamente, até perceber que estava sozinho em casa – aliás, morava sozinho há uns bons três meses.

Após um longo e relaxante banho, colocou a cueca e foi ao computador. Abriu o msn e nada. Então, fez o que até o momento não imaginava fazer novamente: pegou o telefone e ligou.

“Oi, vai fazer o que hoje?”, disse ele.
“Até o momento, nada. Alguma idéia?”, ela retrucou do outro lado da linha.
“Podemos conversar?”.
“Ué, mas tu não ta ficando com a tal guria da festa?”.
“Nem sei mais. Posso ir aí?”.
“Pode...”.

Levantou-se, vestiu-se e pegou a chave do carro. Antes de sair, viu o estoque de camisinha. “Tá. Tem bastante pra hoje”, e foi ao encontro de sua ex. Cansou de esperar e lembrou-se daquele ditado de que “ex é igual a McDonald’s: a gente diz que não quer, mas come de vez em quando”.

8 comentários:

Tunai Giorge disse...

.

Eu só vou pelo sorvete...

.

Felipe Fonseca disse...

bah... mulher é foda...

mas eu gosto...

Gabi disse...

que comparação negra.

Bibi Barbarat disse...

pra mim McDonalds só serve para curar a ressaca, em qualquer outra ocasião faz mal.

Pedro Favaro disse...

Quanta sabedoria condensada! Que poder de fogo! Estou impressionado! Comparar a ex com McDonalds foi de mestre...
Talvez seja você quem deva oferecer conselhos aos incautos desse mundo...

Jongleuse disse...

Depois as mulheres é que são difíceis de entender...
Se ele queria pq não ligou?! Ai, ai...Sempre comodistas!

Kauana Resende disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
A estória tava maravilhosa até chegar à comparação sem noção! hauahuaha...

Mas ficou divertido!

Alessandra Castro disse...

Eu soh espero naum cair nessa situação.