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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O fim do Tangos e Tragédias

Lembro mais ou menos de quando vi Tangos e Tragédias pela primeira vez. Era fim do ano de 2006 ou de 2007, em um projeto da Aracruz Celulose. Na ocasião, a empresa levou o espetáculo à uma praça no bairro Tristeza, na Zona Sul de Porto Alegre. Meus pais, eu, três amigos e mais o público assistimos a tudo de forma gratuita. Uma maravilha.

Ontem, dia 7 deste mês inicial de 2009, assisti novamente o espetáculo. É incrível que, com 25 anos de existência, o Tangos e Tragédias consegue lotar o Theatro São Pedro. Isso mostra o quão querida, pelo público, é a peça criada por Hique Gomes e Nico Nicolaievsk em 1984.

Porém, percebe-se que os atores estão meio cansados de apresentá-la. O repertório é o mesmo do que eu assisti pela primeira vez, só que com um detalhe: as ordens das músicas mudaram e, como todo espetáculo teatral, o improviso é a peça-chave para o sucesso.

A galera canta, ri, se diverte, mas chega um momento em que se perde um pouco da graça. Gomes, encarnando o violinista Kraunus Sang, continua com aquela cara de louco, mas a piada sobre como tem que soltar o "Bah" durante a Aquarela da Sbórnia, já cansou. O mesmo pode se dizer sobre Maestro Pletskaya, personagem de Nicolaievsk, e sua teoria sobre a diferença entre a baba e o cuspe.

Lógico, nem por isso deixei de rir, de cantar algumas músicas - como a da Ana Cristina -, nem de dançar o Copérnico. Mas sabe quando, depois do espetáculo, tu dizes "onde estão as novas tragédias?". Pois é, senti falta das novas tragédias. O roteiro é o mesmo e, infelizmente, faz a peça perder um pouco a graça, mas não toda.

Sinto que está na hora de Kraunus e Pletskaya fazerem uma peça final, o último ato. Talvez aproveitar essa história de aquecimento global e ver a Sbornia ficar submersa após o degelo do Pólo Sul. Com toda a certeza, seria algo histórico e faria todos sentirem saudades dos Tangos e das Tragédias.

8 comentários:

Felipe Nabinger disse...

Cara, é como assistir alguns filmes na sessão da tarde, sempre tem lá sua graça.

Por incrível que parece nunca assisti o Tangos, mas "Ana Cristina" é um clássico!

Felipe Fonseca disse...

Já assisti o Tangos duas vezes, estou ansioso pela terceira, espero que seja esse ano ainda. Entendo o teu sentimento, nobre escritor. Ano passado notei um certo ar de cansaço mesmo, estava estampado nos rostos de Hique e Nico. Mas acho que os sorrisos da platéia, dos que assistem pela primeira ou pela zilhonésima vez, mantêm a vontade de trazer novamente o espetáculo.

P.S.: ano passado a participação do grupo argentino Cuatro Vientos, quarteto de saxofones, já valeu o ingresso. Foi uma OBRA.

Vanessa Reis disse...

Discordo. Totalmente. A Sbornia é o que há! Ano Passado fui assistir, amei, e já ouvi hitórias de gente que vai sempre, há mais de vinte anos. Fora que tem gente que nunca viu, como o Felipe, que comentou aí em cima e meu irmão, que há muito tem vontade de ver. A peça tem que continuar!

Rodrigo Dias disse...

Vanessa,

Então que renovem a peça. Acrescentem, ou mudem, coisas. Acredito que por ser uma peça de teatro, eles podem fazer isso.

Do jeito que tá, na minha opinião, com os caras aparentando muito cansaço, poderia dar um fim bonito.

Anônimo disse...

Não vi a peça. Gostei do texto, da crítica.

Gabi disse...

eu nunca assisti.
não tire o encanto
obrigada!

Alessandra Castro disse...

Uai. Nunca veio aki naum.

Macfuca disse...

Olha meu amigo Rodrigo acho que na verdade passamos a vida procurando recriar os momentos de felicidade, só que eles não se repetem mesmo que venhamos a repeti-los da mesma forma. Cada momento é para ser vivido naquele momento, quanto ao Tangos e Tragédias ele sempre será engraçado para alguém que ainda não viu ou não viu com a melhor companhia, já com tantos anos no palco meus filhos agora é quem ainda riem e com certeza os teus daquia pouco trambém irão rir, como a velha piada que se conta e sempre tema lguém que não ouviu, mesmo assim que bom que elas ainda existem! Abração do Mestre de Cerimônias Pletskaya aqui do Piratini!