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Etceteretado por Rodrigo Dias às 12:27 3 etceterações
Etceteretado por Rodrigo Dias às 22:13 11 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Comportamento, Geral
Oi Vô, tudo bem?
Pois é, meu velho, quanto tempo que a gente não se fala, hein? Muito, não é?
Sabe por que estou escrevendo este texto? Não? Para te agradecer, véio Dilon. Ou tu acha que eu esqueceria tudo o que fizeste por mim durante esse tempo todo?
Ah! Não vem começar a perguntar "agradecer pelo que, meu neto?". Modéstia é bom, mas só de vez em quando. E, agora, eu tenho que te agradecer e tu vais parar de frescura.
Mas aí, quem diria, né? Quem diria que aquele teu pequeno gesto logo nos meus primeiros anos nesse mundo iriam influenciar em minha vida, não é? Acredito que nunca pensaste que, ao me tirar do berço algumas madrugadas e algumas manhãs, me colocar no teu colo e me "forçar" a assistir as corridas da Fórmula 1, ditaria os rumos que tomei. É ou não é?
É, véio Dilon, tu fizeste isso mesmo. Me fizeste assistir longas corridas e, agora, sou fanático por este esporte a motor. Como sabes, foi por causa dele que escolhi ser jornalista, não é? Pois é. Ainda não creio nisso. Aliás, não creio que esse teu gesto também ditou os rumos do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Isso mesmo, aquele em que fui "aprovado plenamente" pela banca, no dia 16 de dezembro de 2008. Que coisa, não?
Pois é, meu véio. Por isso que escrevo neste pequeno espaço este agradecimento. Faço isso porque não tenho como te agradecer pessoalmente. Deus quis a tua companhia logo aos meus dois anos de vida e, infelizmente, só te tive ao meu lado em espírito, não em corpo.
Não pude te levar aos autódromos para as coberturas que realizei, não tive a tua presença na minha banca e nem na minha formatura. Falando em formatura, sabia que hoje, dia 10 de janeiro de 2009, eu me tornei jornalista? É! Me tornei jornalista, véio. E tudo isso por tua culpa causa. Tu é foda, véio.
Enfim, mais uma vez, muito obrigado. Pode deixar que, daqui uns anos, a gente põe o papo em dia. Mas espera um pouco. Ainda tenho muito trabalho pra fazer aqui. Aguarda mais uns, deixa eu ver, 70 anos e aí a gente dá uma trela.
Beijo, vô. Te amo.
Texto em homenagem ao meu avô, Dilon Corrêa Dias, que, apesar do pouco tempo de convivência, definiu o meu destino.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 01:05 15 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Geral
Ontem, dia 7 deste mês inicial de 2009, assisti novamente o espetáculo. É incrível que, com 25 anos de existência, o Tangos e Tragédias consegue lotar o Theatro São Pedro. Isso mostra o quão querida, pelo público, é a peça criada por Hique Gomes e Nico Nicolaievsk em 1984.
Porém, percebe-se que os atores estão meio cansados de apresentá-la. O repertório é o mesmo do que eu assisti pela primeira vez, só que com um detalhe: as ordens das músicas mudaram e, como todo espetáculo teatral, o improviso é a peça-chave para o sucesso.
A galera canta, ri, se diverte, mas chega um momento em que se perde um pouco da graça. Gomes, encarnando o violinista Kraunus Sang, continua com aquela cara de louco, mas a piada sobre como tem que soltar o "Bah" durante a Aquarela da Sbórnia, já cansou. O mesmo pode se dizer sobre Maestro Pletskaya, personagem de Nicolaievsk, e sua teoria sobre a diferença entre a baba e o cuspe.
Lógico, nem por isso deixei de rir, de cantar algumas músicas - como a da Ana Cristina -, nem de dançar o Copérnico. Mas sabe quando, depois do espetáculo, tu dizes "onde estão as novas tragédias?". Pois é, senti falta das novas tragédias. O roteiro é o mesmo e, infelizmente, faz a peça perder um pouco a graça, mas não toda.
Sinto que está na hora de Kraunus e Pletskaya fazerem uma peça final, o último ato. Talvez aproveitar essa história de aquecimento global e ver a Sbornia ficar submersa após o degelo do Pólo Sul. Com toda a certeza, seria algo histórico e faria todos sentirem saudades dos Tangos e das Tragédias.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 15:32 8 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Geral
Ah! Nada como voltar a escrever neste blog após uma semana de muitas aventuras em Brasília (DF) e em Goiânia (GO), respectivamente. E nada como voltar com um textinho revoltado, já que o último, por mais bonito que tenha ficado, não é muito a minha laia. Sim, eu tenho sentimentos, mas não sou de expô-los assim, a todo o tempo. =P
Foi na Capital federal que eu pude perceber como as portas corta-fogo são importantes demais. Ao perambular por um shopping que fica próximo à rodoviária e cerca de meia-hora de distância do Congresso Nacional a pé, vi que o local não era "equipado" com estas portas.
Isso é inconcebível. Dá vontade de mandar pro Procon e exigir multa. Porque as portas corta-fogo são importantíssimas. Em caso de incêndio, é para lá que as pessoas vão. É uma maneira de se proteger daquele fogo que vai correndo atrás e pode te queimar.
E, também, é um ótimo "cafofo" para dar uns amassos. Nada mais constrangedor que um guardinha do shopping chegar pra ti, enquanto tu está no bem bom com uma guria, e dizer "vocês não podem ficar aqui". Isso só porque estava em um lugar que era inacessível aos reles consumidores e com apenas uma cordinha como divisória.
Porra, se tivessem as portas corta-fogo nada disso aconteceria. É um lugar com pouquíssimo movimento e onde é possível apagar qualquer fogo - seja ele real ou metafórico. Se não tem porta corta-fogo, então, que deixe um espaço livre no banheiro para isso. Caso contrário, exploda o shopping.
***
P.s.: Em breve, escreverei como foi a minha visita, dia por dia, a Brasília e a Goiânia. Agora, deixa eu descansar.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 18:12 11 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Geral
Era um dia como qualquer outro. Acordou, levantou-se, olhou para os remédios em cima da cômoda e soltou um "puta merda". Fazia tempo que não fazia o tratamento adequado para os seus problemas de saúde, mas não estava nem aí: queria viver a vida da melhor forma possível. Para ele, isso seria sem tratamento.
Foi ao banheiro, tomou um banho, e se arrumou. Olhou para a cama e a mulher ainda dormia. Deu um beijo em sua testa e não disse nada. Voltaria a casa dali algumas horas.
Durante a caminhada lembrou-se do que mais amava na vida, além de sua família: a lida com cavalos. Quando era criança, não largava o que tinha na chácara da família. Estava sempre montado na Zefa, uma bela potranca negra - e não era funkeira, porque funk ainda não existia naquela época.
Ao chegar no prado de seu amigo, impossível evitar o sorriso. "Como é lindo isso aqui", disse à si mesmo. Cumprimentou Carlinhos, seu amigo de longa época, e foi tratar do Amadeus, um cavalo crioulo branco que adotou, sem falar com a família.
Enquanto ia em direção ao seu novo filho, recordou-se das intensas brigas que tivera em casa. Não falara à ninguém porque, a cada mês, uma boa parte do salário faltava. As brigas eram intensas e ele evitava falar sobre isso. Investia aquela irrisória quantia no tratamento do Amadeus. "Vocês não entenderiam", cansava de repetir, pois sabia que seus familiares não apoiariam a idéia de fazer esforço físico com sua saúde tão debilitada.
Olhou Amadeus e, como sempre, deu um beijo em sua face. O cavalo retribuiu com um relincho suave. Montou no cavalo e foi dar uma galopadinha básica, só para aquecer.
Após 15 minutos, um estrondo. O montador estava estatelado no chão, com Amadeus parado ao seu lado. Os que estavam o prado foram socorrê-lo, mas foi impossível salvá-lo. Seu coração parara de bater, mas seu sorriso não saíra do rosto.
Sabia que havia pouco tempo de vida. Resolveu vivê-la intensamente, mesmo que durasse apenas 15 minutos.
Texto em homenagem ao seu Lauro, marido da Iolanda, nossa empregada e amiga, que faleceu neste sábado após fazer o que mais amava: estar próximo aos cavalos. Que Lauro descanse em paz.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 20:01 11 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Contos
Em certas horas dou graças a Deus por assimilar algumas coisas que meus pais falavam à mim quando era criança. Uma delas, que eu esqueci apenas uma vez nestes meus 24 anos de vida, é: "ô guri, olha pros dois lados antes de atravessar a rua, senão tu vai ser atropelado". Porém, certas vezes a gente não ouve. Principalmente quando se tem menos de 15 anos.
Nessa sexta eu estava indo ao mercadinho comprar bife para poder almoçar. Mal cheguei em um terço do caminho quando ouvi um barulho que me fez ficar mais atento: pneus fritando. Depois, um estouro de uma batida e um corpo rechonchudinho voando, como se fosse uma bola de futebol. O guri se levantou um pouco, depois começou a chorar e se estirou no chão com dor na perna. Não devia ter mais do que 13 anos.
Não quero, aqui, apontar culpados. Conversei com uma amiga minha quase na madrugada e ela me disse que a culpa é sempre do motorista, porque é ele quem tem a arma e é quem tem mais condições de evitar o acidente. Será?
Pergunto isso porque eu vi, nitidamente, o guri atravessando a rua sem olhar pros lados. Estava desatento.
Peço para imaginar a seguinte situação: tu está no carro, a uma média de 60km/h, quando, do nada, surge alguém atravessando a rua. A possibilidade desse alguém ser levantado pelo teu veículo, acredito, é grande - principalmente levando-se em conta questões como a frenagem do carro ser fraca e o reflexo do condutor. Acredito ter sido isso um dos fatores que fizeram o guri ser atropelado.
Como li num estudo, "muitos (pedestres) são desatentos e confiam demais na ação do motorista para evitar atropelamentos". Ou seja, o guri pode até ter visto o carro vindo em sua direção, mas achou que o carinha ia parar para que atravessasse a rua. Ledo engano. Quase que contribuiu para uma estatística apontda pelo Guia do Programa Criança Segura, que apontou um número de 1.192 acidentes com crianças entre 05 e 14 anos.
Lógico, o motorista também teve uma parcela de culpa. A rua em que o guri foi atropelado não é duplicada e, pelo som um tanto longo de pneu derrapando, foi possível concluir que ele estava rápido demais para este tipo de estrada.
Fora que provavelmente também estava desatento, conversando ao volante, tendo em vista que estava com mais um amigo no carro. Além disso, mostrou uma puta falta de sensibilidade, pois saiu do carrinho branco logo perguntando "Ô guri, tu tá louco?", em vez de um "Cara, tu tá bem?".
Acredito que o acidente poderia ter sido evitado por qualquer um dos dois. Tanto pelo motorista, por estar, acredito, rápido, quanto - e principalmente - pelo pivete, que deve ter esquecido a vozinha da mãe dizendo "olha pros dois lados antes de atravessar" em algum canto do cérebro e resolveu confiar no motorista.
Logo aqui no Rio Grande do Sul, onde ficou comprovado que educação no trânsito é praticamente inexistente.
E o guri? Não sei. Tive de voltar correndo. Mas, até onde sei, foi levado ao hospital. Mas pode ficar tranqüilo. Ele não morreu.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 02:25 4 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Comportamento, Cotidiano, Geral
Com toda a certeza, não vou contar nenhuma novidade. Beijo com gosto de cigarro é ruim. Não digo que é nojento, porque não é. Mas que é ruim pra caramba, isso é - bem, pelo menos pra mim.
Se a guria fuma demais, aquele gosto horrível de cinzas fica impregnado na língua. E, com o roçar daquele músculo com o teu, com toda a certeza ficará com aquela sensação horrível de "que coisa é essa?".
O cara - ou A cara - fica andando louco para ir no banheiro passar um sabonete. O gosto ruim fica ali, enchendo o saco. Tu não pára de te engasgar de vez em quando. às vezes chega a se perguntar "Por que, estúpido? Por quê?".
Tem vezes que o negócio é tão forte que a vontade vai além de lavar a boca: é de soltar o hugo mesmo. Mas isso é, até certo ponto, raro. A não ser que tu seja fresco pra caralho.
Então, se tem uma dica que eu posso dar aos leitores desse blog é: leva sempre um Halls preto no bolso. Afinal, pode ser que tu não saiba que gosto tem aquela boca. E, também, como a noite é uma criança, é uma ótima ferramenta para alimentar as preliminares.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 02:50 6 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Geral
Olho novamente para o calendário e confirmo: 2 de dezembro. Dez dias para a entrada do penúltimo cheque da produtora que fará a minha formatura. Fico apreensivo. Mas apreensivo pra caralho. Vou para o quarto e a apreensão se transforma em desespero. "Como é que vou pagar esta merda? Puta que pariu".
Em cima da cama está uma peruca, daquelas de fitas que ganhei em um casamento. Coloco-a em uma sacola e, atrás da porta, cato um boné. Penso "não acredito que farei isso" e vou para a universidade.
Desço na Unisinos e vou direto ao laboratório do centro de comunicação. Faço o que tenho que fazer - olho o orkut, o gmail e um pouco do meu msn - e abro o word. Configuro a página para ficar em paisagem e mando imprimir.
Ao chegar no local para receber as impressões encontro uma amiga. Mostro o que fiz e ela solta uma gargalhada e depois diz "Só tu, mesmo". Peguei um durex, que grudei na folha, coloquei a peruca, peguei o boné e paguei, acredito, o mico mais foda que a Unisinos já teve.
Andei por uma hora pelo centro de comunicação. Encontrei amigos e pessoas que eu não conheço. Muitos, mas muitos mesmo, de funcionários a professores, riram de mim, só porque estava com um cabelo artificial vermelho, boné na mão e um cartaz que dizia "Ajude um mendigo a pagar a formatura".
Após uma hora de caminhadas - com direito a uma guria que não conheço dizendo "vou te ajudar só por causa da tua criatividade" - sentei-me para contar quanto havia arrecadado. Não tinha objetivo nenhum. Como disse para uma amiga "Se eu arrecadar dez pila já é o suficiente". Sento-me e conto: R$ 50,30. Cinquenta reais arrecadados - a maioria em moeda - em uma hora em uma universidade. Abro um sorriso incrédulo e agradeço aos céus por ter sido ajudado. Inclusive por algumas pessoas, como o Guilherme, do D.A. de Comunicação da Unisinos, que ainda me perguntou quanto faltava para eu completar.
Muita gente achou que fiz isso de brincadeira, mas não. Poucos sabem - só alguns amigos que estiveram comigo em alguns momentos, como a Dani Bittencourt - o quão constrangido que fiquei. Meu sorriso era amarelho e a vontade de chorar, acredita, chegava de vez em quando. Porque é foda. Simples assim. É foda não se sentir humilhado quando, vestido igual a um palhaço, muitas pessoas passam por ti e, no máximo, soltam gargalhadas. É foda, também, mostrar pra todo mundo que tu tá fodido, sem grana no banco e que com a possibilidade do cheque que passaste sair voando por aí.
Porém, o constrangimento, a humilhação, foi recompensadora. Não pela quantia arrecadada - que, repito, foi muito além do que eu imaginava - mas pela solidariedade que recebi não só dos amigos - colegas e professores -, mas também de alguns desconhecidos que acreditaram, com razão, no que estava estampado em meu peito. Mais uma vez percebi que o brasileiro é solidário, é só tu mostrar que está precisando mesmo, como na arrecadação que ajudei a fazer para encaminhar aos catarinenses no sábado.
Aos que ajudaram, o meu muito obrigado. Podem ter certeza de que o dinheiro não será - nem foi - gasto com cachaça. Está no banco, esperando ser sacado pela produtora. Alguém pode perguntar se eu faria de novo. Provavelmente sim. A arrecadação foi honesta e para um uso honesto, lícito.
Etceteretado por Rodrigo Dias às 20:23 16 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Geral, jornalismo
Etceteretado por Rodrigo Dias às 23:02 8 etceterações
Coisas a ver com essa coisa: Contos
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